Mar avança, ‘engole’ praias e MPF cobra ação urgente de cidades do Litoral Norte de SC

Erosão costeira ameaça praias do Litoral Norte de SC, e MPF cobra ação conjunta de prefeituras para conter avanço do mar.

O avanço do mar e a erosão costeira vêm transformando a paisagem e preocupando moradores do Litoral Norte de Santa Catarina. Em cidades como Barra Velha e São Francisco do Sul, a força das ressacas tem destruído trechos inteiros das praias e calçadões, levando municípios a decretar situação de emergência.

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Diante do agravamento do cenário, o Ministério Público Federal (MPF) convocou uma reunião no dia 27 de novembro, na sede da Procuradoria da República em Joinville, para discutir medidas conjuntas entre as prefeituras de Araquari, Balneário Barra do Sul, Barra Velha, Itapoá, Joinville e São Francisco do Sul. O encontro reunirá também especialistas em geologia costeira e oceanografia, com o objetivo de formular um plano técnico e regional de enfrentamento da erosão.

Impactos e riscos crescentes

O MPF alerta que a ocupação desordenada da faixa litorânea e obras emergenciais sem estudos adequados vêm agravando o problema. Além de prejudicar o equilíbrio ambiental, a erosão afeta infraestrutura urbana, moradias e atividades econômicas, principalmente ligadas ao turismo.

Na prática, ações pontuais como decretos de emergência ou muros de contenção improvisados têm resultado apenas em soluções temporárias — e, em alguns casos, pioram a situação nas áreas vizinhas.

“A ocupação humana contribui para o problema, e a própria infraestrutura urbana é severamente afetada, dando causa a decretos de emergência e obras autorizadas sem os estudos técnicos necessários”, destacou o MPF em nota.

Exemplos críticos

Em Barra Velha, o mar destruiu parte do calçadão e da orla, obrigando o município a decretar emergência por 180 dias. Já em São Francisco do Sul, a Orla da Enseada, recém-revitalizada, sofreu danos provocados pela força das ondas.

A Praia da Península, também em Barra Velha — uma das mais valorizadas da região — enfrenta um processo acelerado de erosão que ameaça eliminar parte da faixa de areia nas próximas décadas, caso não haja intervenção efetiva.

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Caminho baseado em ciência e cooperação

O MPF defende que a saída depende de articulação entre União, Estado e municípios, com base em monitoramento técnico permanente, estudos de impacto e acompanhamento das obras costeiras. A reunião do dia 27 discutirá medidas estruturais e responsabilidades compartilhadas.

Entre as ações previstas estão:

• Mapeamento da vulnerabilidade da linha costeira;
• Avaliação dos efeitos das obras já instaladas;
• Definição de um plano regional de mitigação e adaptação às mudanças na dinâmica costeira.

O órgão ressalta que o desafio é garantir que futuras intervenções sejam sustentáveis e que a preservação das praias e moradias seja tratada como prioridade de Estado.

Fonte: NDmais

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