Junto com os filhos Flávio, Carlos e Eduardo o ex-presidente falou sobre as pautas que devem nortear os candidatos do espectro conservador em live na noite deste domingo, 28
Durante cerca de uma hora e meia, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou o seu popular recurso de contato com seus apoiadores para falar sobre as eleições municipais deste ano e as pautas que devem ser as bandeiras prioritárias dos candidatos às Câmaras de Vereadores e ao Executivo Municipal.
Ao lado dos filhos Flávio (senador pelo PL-RJ), Eduardo (deputado federal pelo PL-SP) e Carlos (vereador pelo Republicanos-RJ), o ex-presidente fez o que sempre gostou. Falar com seu eleitorado, de forma descontraída e brincalhona, mesmo tratando de assuntos de grande importância como "Organização de base e ocupação de espaços" - mote principal da live.
O ex-presidente reforçou algumas das bandeiras do Partido Liberal: Defesa da família, contrapondo-se, portanto, à ideologia de gênero nas escolas; liberdade econômica, com redução de impostos e menos Estado atrapalhando a vida do cidadão; defesa da vida desde a sua concepção, mas deixando para o Congresso - e só para o Poder Legislativo a - possiblidade de legislar sobre o tema, assim como outras questões que não devem sair do escopo dos deputados e senadores, como o marco temporal das terras indígenas, porte de drogas e de armas. E, naturalmente, Liberdade de Imprensa e Liberdade de Expressão.
Bolsonaro discorreu sobre alguns aspectos de seu governo - redução de impostos de cerca de 4 mil produtos, defesa das estatais, resultados exitosos mesmo com pandemia e guerra entre Rússia Ucrânia - e abordou os acontecimentos recentes, como o caso do assassinato da vereadora Marielle (PSOL). Disse que seu nome e de sua família foram insistentemente ligados à morte de Marielle, com alegações falaciosas. "Fomos massacrados", disse Bolsonaro, acrescentando que, mesmo depois da delação (não homologada) de Roni Lessa (assassino confesso do caso), apontando para Domingos Brazão como mandante , " a PF do B, agora quer ir atrás de um segundo mandante".
Lembrou do caso de Adélio Bispo, responsável pela facada que levou em 6 de setembro de 2018, e que até agora a Polícia Federal aceitou versão de lobo solitário, apesar do suposto álibi na Câmara dos Deputados (com registro de entrada de Adélio na Casa), e do grupo de advogado que prontamente apareceram em sua defesa.
Bolsonaro lamentou, mais uma vez, o ocorrido em 8 de janeiro, defendendo a punição aos vândalos, e criticando as duras penas aplicadas aos envolvidos nos atos de depredação das sedes dos Poderes da República.
Alfinetada
O tom descontraído prevaleceu na live de Bolsonaro e não faltou a alfinetada no presidente Lula (PT) que esta semana anunciou a descontinuidade das lives presidenciais. Mesmo com apresentação do jornalista ex-global Marcos Uchôa e de muitos cuidados técnicos, a audiência decepcionou, ficando, em média, em torno de 6 mil internautas simultâneos. O recado de Bolsonaro foi citar o versículo bíblico João 8: 32: "E conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará" e recomendar "Fale de seu governo, Lula, e não de Jair Bolsonaro".
Eleições
Bolsonaro também procurou estimular a entrada na política de mais pessoas de perfil conservador nas eleições municipais deste ano e lembrou do grande trabalho que vem sendo desenvolvido por sua esposa, Michelle Bolsonaro, na atração de mulheres para a política. Nesse sentido aproveitou para agradecer o presidente do PL, Waldemar da Costa Neto, por seu compromisso com as pautas conservadoras, pondo fim ao clima de possível desentendimento entre eles, após Costa Neto ter feito elogios ao presidente Lula.
Bolsonaro rememorou seus percalços em sua primeira disputa eleitoral, como vereador pelo Rio de Janeiro, e deu uma dica: "o candidato tem que saber um pouco de tudo e muito de pouco", sendo reconhecido por aquilo que defende.
De início, a participação dos filhos ficou restrita a reforçar as falas de Bolsonaro, citando exemplos, acrescentando fatos a algumas das situações comentadas pelo ex-presidente.
Ação Conservadora
O mote da live, no entanto, foi o lançamento da plataforma Ação Conservadora, que se propõe a dar treinamentos para candidatos, lideranças locais e apoiadores que desejam participar ativamente do processo político do país. A iniciativa, que tem vagas limitadas, é coordenada por Carlos e Eduardo Bolsonaro. Ambos os políticos continuaram a live por mais uma hora discorrendo sobre as proposta da formação de lideranças.
Nos momentos de pico, a live chegou perto dos 500 mil internautas simultâneos, somando-se os diversos canais envolvidos na transmissão via redes sociais.
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