Casos de coqueluche em SC

Casos de coqueluche saltam 1.253% no país com SC entre os estados com maior incidência

  • Foto: Ilustração - Canva - Casos de coqueluche saltam 1.253% no país com SC entre os estados com maior incidência

Especialistas apontam que falhas na cobertura vacinal e desigualdade regional estão entre as principais causas do novo surto de coqueluche no Brasil.

O Brasil enfrenta um forte avanço da coqueluche, doença respiratória altamente contagiosa, com aumento de 1.253% nos casos em menores de cinco anos em 2024. Segundo o projeto Observa Infância, desenvolvido pela Fiocruz e pela Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP/Unifase), o país passou de 318 notificações em 2023 para 4.304 em 2024, retomando níveis semelhantes aos de uma década atrás.

Santa Catarina entre os estados com maior incidência

Entre os estados com maior taxa de incidência, estão Paraná (443,9 casos por 100 mil crianças), Distrito Federal (247,1) e Santa Catarina (175,9) — todos acima da média nacional, de 95 casos por 100 mil. Em 2024, SC confirmou 341 casos, com 83 hospitalizações, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES).

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Já em 2025, o estado soma 132 casos confirmados até 2 de outubro, dos quais 48 exigiram internação hospitalar. De acordo com Patricia Boccolini, coordenadora do Observa Infância, o país ainda enfrenta grandes desigualdades na cobertura vacinal, o que contribui para a manutenção de surtos localizados.

“Temos muitos bolsões com baixas coberturas vacinais, e isso cria brechas para a circulação da doença. Apesar da melhora em 2024, a meta nacional de imunização ainda não foi atingida”, explica Boccolini.

Riscos e complicações da coqueluche

Conhecida como “tosse comprida”, a coqueluche é causada pela bactéria Bordetella pertussis e pode levar a complicações graves em bebês e crianças pequenas, incluindo pneumonia, convulsões e parada respiratória.
A transmissão ocorre pelo ar, principalmente em ambientes fechados, e o contágio é favorecido por baixa imunização e aglomerações.

Em 2024, o país registrou 1.330 hospitalizações, aumento de 217% em relação a 2023, além de 14 mortes de crianças menores de 4 anos. As maiores taxas de internação ocorreram no Amapá (158,3/100 mil), Santa Catarina (83,5) e Espírito Santo (46,0).

Vacinação: principal forma de prevenção

A vacina pentavalente, aplicada aos 2, 4 e 6 meses de idade, é a principal forma de prevenção contra a doença. Além dela, a vacina tríplice bacteriana (DTP) é indicada como reforço aos 15 meses e aos 4 anos.

Em 2024, a cobertura da DTP subiu de 87,6% para 90,2%, mas ainda não atingiu a meta nacional de 95%, mantida pela última vez em 2015. Para os especialistas, esse índice insuficiente mantém uma margem de vulnerabilidade no país.

“A pandemia deixou lacunas importantes na vacinação. Agora é essencial investir em campanhas de repescagem e na busca ativa de crianças que ainda não completaram o esquema vacinal”, ressalta Boccolini.

Desafio das coberturas locais

Mesmo com o avanço médio nacional, o cenário ainda é desigual entre municípios, o que exige ações regionais de reforço à imunização, especialmente nos locais de maior risco. “Os dados nacionais não mostram o que acontece no micro, nos mais de cinco mil municípios brasileiros”, reforça a pesquisadora.

Fonte: NSC Total

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