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Carros de luxo e 86 imóveis: operação mira grupo que vendia casas para lavar dinheiro em SC

  • Foto: Reprodução/PCSC - Carros de luxo e 86 imóveis: operação mira grupo que vendia casas para lavar dinheiro em SC

Polícia Civil investiga grupo suspeito de usar empresas e laranjas para ocultar patrimônio obtido com venda ilegal de imóveis em Florianópolis.

A Polícia Civil de Santa Catarina deflagrou, nesta terça-feira (14), a Operação Tentáculos, que investiga um esquema milionário de lavagem de dinheiro por meio da venda de imóveis irregulares na região Norte da Ilha, em Florianópolis. Três pessoas são apontadas como principais suspeitas e tiveram R$ 170 milhões em bens bloqueados, incluindo 86 imóveis e sete veículos de luxo.

Esquema de lavagem de dinheiro em Florianópolis

De acordo com a Delegacia de Investigação à Lavagem de Dinheiro (DLAV), o grupo utilizava empresas de fachada e incorporadoras para dar aparência legal a negócios fraudulentos envolvendo o parcelamento e revenda de terrenos irregulares. As propriedades estavam localizadas principalmente nos bairros Ingleses, Rio Vermelho, Canasvieiras e Jurerê, regiões de alta valorização imobiliária.

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As apurações começaram em 2023, após informações repassadas por outras delegacias especializadas — entre elas, as de Crimes Ambientais e Crimes contra as Relações de Consumo. Segundo os investigadores, o esquema vem sendo praticado desde 2012.

— Esse tipo de crime é bastante comum em Florianópolis, principalmente por ser muito lucrativo. A nossa atuação busca a asfixia financeira do grupo e a retirada do patrimônio proveniente do crime — afirmou o delegado Jeferson Alessandro Prado Costa, responsável pela operação, em entrevista ao ND Mais.

Bens de luxo e imóveis bloqueados

Durante o cumprimento dos mandados, a polícia apreendeu sete veículos de luxo, incluindo modelos das marcas BMW, Volvo, Jeep e Abarth, além de um motorhome.

Também foram bloqueados 86 imóveis, entre apartamentos, hotéis e pousadas, localizados em Florianópolis e no litoral norte do estado. As propriedades estariam registradas em nome de empresas controladas pelos suspeitos.

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Nos endereços vistoriados, a Polícia Civil ainda encontrou dinheiro em espécie e armas de fogo, além de contratos, boletos de IPTU e dispositivos eletrônicos, que serão analisados na perícia. Em uma das casas, uma grande quantia de dinheiro foi achada em um fundo falso.

Como o grupo atuava

Segundo a investigação, os suspeitos utilizavam laranjas para registrar propriedades e movimentar valores. Parte do dinheiro obtido com o parcelamento ilegal dos terrenos era reinvestida em novas empresas ou imóveis, criando um ciclo de ocultação de patrimônio.

Os agentes também encontraram contratos de gaveta e procurações falsas usados para mascarar as operações. Todo o material apreendido será cruzado com dados fiscais e bancários para confirmar a origem ilícita dos valores.

Possíveis penas

Ao final do inquérito, os investigados devem ser indiciados com base na Lei nº 9.613/1998, que trata dos crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores. As penas podem variar de três a dez anos de prisão, além de multa.

Fonte: NDmais

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