Dr. Eric Sanders

O coração sofre com a aplicação dos famosos “chips da beleza”

Os resultados e danos do chamado “chip da beleza”, que foi muito propagado por celebridades, estão chegando aos consultórios médicos. O famoso “chip”, chamado erroneamente, nada mais é que a aplicação de hormônios com liberação prolongada em uma pequena cápsula que fica abaixo da pele. O dispositivo, introduzido, libera um hormônio sintético, a gestrinona ou outros, que tem ação anabolizante. Ele costuma ser indicado em situações específicas, como a endometriose ou transtorno do desejo sexual hipoativo (DSH), quando há queda na libido. 

A promessa é interromper a menstruação, acabar com mal-estar da TPM, aumentar a libido e melhorar a disposição. No entanto, esse dispositivo foi desenvolvido para atuar no tratamento da endometriose, uma vez que é capaz de aliviar os sintomas e promover a interrupção do ciclo menstrual.

Entre os efeitos colaterais, ocorrem: Pele com acne e oleosidade, queda de cabelo, crescimento de pelos, aumento do clitóris, alterações da voz. Mas as alterações mais preocupantes são em relação a saúde cardiovascular, infertilidade, alterações nas glândulas mamárias e danos ao fígado que podem levar à morte. Além disso, usar o Chip apenas para fins estéticos sem levar em consideração o seu efeito contraceptivo pode causar resistência à insulina, tendência para engordar e dificuldade para emagrecer, especialmente depois de 1 ano de uso desse tipo de implante.

O sexo feminino tem um metabolismo diferente, com a proteção do sistema cardiovascular pelos hormônios femininos”. Com o implante, o organismo muda para um perfil mais androgênico (mais masculino).

O resultado é a diminuição do HDL-c (o “colesterol bom”) e o aumento do LDL-c (ou “colesterol ruim”). Fora isso, não existem estudos que comprovem que essa utilização não aumenta os riscos de infarto e de Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Para as mulheres, em especial as de alto risco cardiovascular e as que estão na menopausa, o perigo pode ser ainda maior. Além disso a administração de andrógenos também está associada a maior produção de proteínas trombóticas e coagulantes do próprio organismo. Existe, inclusive, uma ligação com casos de morte súbita em jovens atletas, que não tinham doenças cardíacas previamente conhecidas, mas que faziam uso dessas substâncias.

Lembre se que a beleza se faz com boa alimentação, cuidados de saúde e exercícios físicos.

Faça um avaliação com seu médico de confiança para entender e decidir sobre a necessidade de reposição hormonal, pensando na sua qualidade de vida e saúde cardiovascular.

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Abraço e até nosso próximo encontro.

Dr. Eric Sanders