Extorsão

Policiais de Santa Catarina presos por extorquir R$ 500 mil de foragido

  • Foto: PM, Divulgação - Dinheiro encontrado com o foragido da Polícia Federal

Dois policiais militares de Santa Catarina foram presos por suposta extorsão de José Oswaldo Dell’Agnolo, que teria pago R$ 500 mil para evitar prisão. O caso, envolvendo um golpe bilionário, foi denunciado pela própria vítima e os agentes foram detidos em Itapema, onde o dinheiro não foi encontrado. A justiça mantém as prisões preventivas.

O que aconteceu

Na manhã de sábado (7), a Polícia Militar (PM) recebeu informação de que o foragido José Oswaldo Dell’Agnolo estava hospedado em um hotel de luxo em Itapema. Dois policiais foram enviados ao local, onde o homem alegou que o valor de sua liberdade era R$ 500 mil. Segundo o relato, os agentes embolsaram maços de dinheiro em reais e dólares, e depois se retiraram.

O foragido, em depoimento, afirmou que chegou a acreditar que os policiais eram criminosos disfarçados. Ele questionou a recepção do hotel, que confirmou a identidade dos agentes, que chegaram de viatura. Mais tarde, o telefone 190 voltou a tocar, indicando que Dell’Agnolo ainda estava livre. Uma nova guarnição foi enviada, encontrou o homem e o prendeu. Durante a segunda abordagem, ele confirmou ter sido extorquido pelos policiais.

Quem está envolvido

  • Policiais militares – Dois cabos da PM de Santa Catarina, com mais de oito anos de serviço, foram presos em flagrante.
  • José Oswaldo Dell’Agnolo – Foragido da justiça, suspeito de integrar esquema de fraude financeira no Paraná que causou mais de R$ 1 bilhão em prejuízos. Em Itapema, a polícia encontrou R$ 1,1 milhão e 721 mil dólares em seu quarto.
  • Polícia Federal (PF) – Responsável pela denúncia e pela investigação do golpe bilionário.

Como a investigação se desenrolou

O flagrante foi convertido em prisão preventiva, e os policiais são investigados por prevaricação e concussão, crimes semelhantes à extorsão. A justiça militar ficará responsável pela investigação, e os detidos permanecerão na sede do 31º Batalhão de Polícia Militar (BPM) em Itapema até o esclarecimento completo dos fatos.

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A manutenção das prisões foi justificada pela gravidade da denúncia e pela possibilidade de os policiais tentarem interferir nas investigações, com constrangimento, intimidação, persuasão e influência sobre testemunhas e funcionários do hotel. A quebra de sigilo telefônico deles também foi autorizada.

O que diz a PM

A Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC), por meio do 31º Batalhão de Polícia Militar (BPM), informa que, na tarde de sábado (5), na cidade de Itapema, dois policiais militares foram detidos suspeitos de terem cometido os crimes de concussão e prevaricação, após o atendimento de uma ocorrência. A Justiça manteve a prisão preventiva dos militares, até elucidação dos fatos iniciais. Eles ficarão custodiados na sede do 31º Batalhão da Policia Militar, em Itapema.

Contexto do golpe bilionário

O esquema de fraude financeira em que Dell’Agnolo está envolvido envolve um banco digital e uma empresa de investimento. A PF identificou que o foragido realizou transferências de R$ 10 milhões antes de fugir. O dinheiro supostamente levado pelos policiais não foi encontrado até o momento, mas a investigação continua em busca de rastreamento de ativos e de possíveis testemunhas.

Reação das autoridades

A Justiça Militar, ao manter as prisões preventivas, destacou a necessidade de preservar a integridade do processo investigativo. A PM, por sua vez, enfatizou que a ação foi tomada em cumprimento de ordem superior e que os policiais agiram de acordo com as instruções recebidas. A PF continua a monitorar a situação e a colaborar com outras agências para garantir a responsabilização de todos os envolvidos.

Prós e contras da prisão preventiva

A prisão preventiva, em casos de crimes graves como prevaricação e concussão, visa impedir que os suspeitos influenciem a investigação. No entanto, a medida pode gerar questionamentos sobre o devido processo legal e a presunção de inocência. No presente caso, a Justiça avaliou que a gravidade da denúncia justifica a manutenção da prisão até que o processo seja concluído.

Impacto na imagem da PM

Incidentes envolvendo policiais militares têm repercussão significativa na confiança pública. A PM de Santa Catarina enfrenta o desafio de demonstrar transparência e responsabilidade, ao mesmo tempo em que protege os direitos de seus agentes. A divulgação de informações claras e a cooperação com a Justiça são fundamentais para restaurar a credibilidade institucional.

Próximos passos na investigação

  • Rastreamento de ativos – A PF continuará a analisar as transações financeiras de Dell’Agnolo e dos policiais.
  • Coleta de depoimentos – Testemunhas do hotel e de outras partes envolvidas serão ouvidas.
  • Análise de registros de telefone – O sigilo telefônico dos policiais será revisto para identificar possíveis comunicações suspeitas.
Fonte: NSC Total

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