Ciclone extratropical

Ciclone extratropical deve trazer chuva intensa e ventos fortes a Santa Catarina

  • Imagem: Ilustrativa banco de imagem - Ciclone extratropical deve afetar Santa Catarina a partir desta segunda-feira com risco de chuva intensa e ventos fortes

Ciclone extratropical entre 8 e 10 de dezembro acende alerta em Santa Catarina para chuva volumosa, ventania e risco de danos em todas as regiões.

Antes da chegada do ciclone extratropical, Santa Catarina enfrenta um domingo de calor acima dos 30°C em várias regiões, favorecendo temporais típicos de primavera, com chuva intensa em curto período e raios. Esse padrão de “dia ensolarado que muda de repente” foi destacado pelo governador Jorginho Mello, que pediu cautela à população e atenção especial ao campo, por causa dos prejuízos recentes causados pelo granizo na agricultura.​
A Defesa Civil estadual monitora o cenário e reforça que, mesmo antes da influência direta do ciclone, os temporais isolados já podem causar queda de granizo, destelhamentos pontuais e danos em lavouras.​

Como o ciclone extratropical deve atuar sobre o estado

Um ciclone extratropical é um sistema de baixa pressão típico de latitudes médias, associado a frentes frias e quentes, que costuma provocar chuva volumosa, ventos fortes e grande variação de nuvens. Em Santa Catarina, o sistema previsto entre segunda (08) e quarta-feira (10) deve se formar e se deslocar próximo à costa sul do Brasil, influenciando todo o estado em diferentes momentos.​
A intensidade dos impactos depende do posicionamento do centro do ciclone e das condições da atmosfera no entorno, como temperatura, umidade e contrastes de massa de ar, o que explica a variação de risco entre as regiões catarinenses.​

Segunda-feira: aproximação do sistema e temporais no Oeste

Na segunda-feira (08), o dia ainda começa com sol e temperaturas elevadas, mas a nebulosidade aumenta ao longo das horas, abrindo caminho para a chegada dos primeiros temporais. A partir da tarde, o Oeste catarinense deve ser a região mais afetada inicialmente, com previsão de chuva intensa, ventos fortes e eventual queda de granizo.​
Com o avanço do sistema, o risco alto de alagamentos, enxurradas, destelhamentos e danos à rede elétrica se estende do Grande Oeste ao Planalto Norte, enquanto Planalto Sul e Vale do Itajaí ficam em situação de risco moderado e o litoral tende a registrar temporais mais isolados, com risco considerado baixo nesse primeiro momento.​

Terça-feira: risco alto em todas as regiões

Na terça-feira (09), o ciclone se desloca sobre o estado, mantendo o tempo fechado desde a madrugada, com chuvas que podem ser persistentes e localmente fortes em todas as regiões. A Defesa Civil aponta risco alto para alagamentos e enxurradas em boa parte do território catarinense, inclusive em áreas litorâneas, devido à combinação de chuva volumosa e drenagem já comprometida.​
Com o céu mais encoberto, as temperaturas caem para valores próximos de 20°C, enquanto nas áreas costeiras o vento ganha força ao longo da tarde, com rajadas que podem chegar a cerca de 80 km/h, favorecendo quedas de árvores, destelhamentos e danos estruturais; o mar fica agitado, com ondas de até 3 metros entre a Grande Florianópolis e o Litoral Sul.​

Quarta-feira: ciclone se afasta, mas ventos continuam perigosos

Na quarta-feira (10), o sistema se desloca em direção ao alto mar, o que reduz gradualmente a intensidade da chuva sobre o continente. Em compensação, o gradiente de pressão ainda favorece ventos fortes no Meio-Oeste, Planaltos, Vale do Itajaí e regiões litorâneas, com rajadas estimadas entre 70 e 90 km/h, especialmente em áreas mais elevadas.​
Esse padrão mantém o risco para destelhamentos, queda de galhos e árvores e novos danos à rede elétrica, mesmo com volume de chuva menor, exigindo atenção de quem vive em áreas expostas ou com histórico de problemas em vendavais anteriores.​

Regiões mais vulneráveis e principais riscos

Os maiores impactos tendem a se concentrar, em momentos diferentes, no Oeste, Grande Oeste e Planalto Norte, que podem registrar chuva intensa em curto intervalo, enxurradas e problemas em áreas urbanas com drenagem deficiente. No litoral, o risco aumenta sobretudo na terça-feira, quando o ciclone atua de forma mais direta sobre o estado, trazendo ventania e mar agitado.​

Leia também: Integrante de fraude em investimentos é encontrado escondido em hotel de SC com R$ 5 milhões
Entre os principais riscos apontados pelos órgãos oficiais estão alagamentos, enxurradas, deslizamentos em encostas, destelhamentos, quedas de árvores e postes, danos à rede elétrica e prejuízos em áreas rurais, em especial para culturas expostas ao granizo e ao excesso de chuva.​

Orientações da Defesa Civil e cuidados práticos

A Defesa Civil de Santa Catarina recomenda que moradores acompanhem boletins atualizados pelos canais oficiais e evitem se deslocar em áreas de risco durante os períodos de chuva intensa ou ventos fortes. Em caso de emergência, os contatos principais são o telefone 199 (Defesa Civil) e 193 (Corpo de Bombeiros), que coordenam atendimentos e repassam orientações em tempo real.​
Na prática, uma série de cuidados pode reduzir riscos: não se abrigar debaixo de árvores durante rajadas de vento, afastar-se de janelas de vidro, desligar aparelhos elétricos em caso de descargas atmosféricas e evitar transitar a pé ou de carro em ruas alagadas, devido a buracos encobertos e correnteza.​

Agricultura e infraestrutura em alerta

O governo estadual já vinha acompanhando danos provocados por temporais e granizo em lavouras de grãos, frutas, hortaliças e fumo, o que aumenta a preocupação com mais um evento de forte intensidade em curto espaço de tempo. O governador Jorginho Mello e equipes da Defesa Civil e da Agricultura têm destacado a importância de ações emergenciais, como apoio direto às famílias e linhas de crédito para produtores rurais afetados.​
Para a infraestrutura urbana, o ciclone representa novo teste para redes de drenagem, sistemas de energia e estradas, especialmente em municípios que recentemente já registraram enchentes ou quedas de barreira, reforçando a necessidade de limpeza preventiva de bocas de lobo e revisão de pontos críticos.​

Como moradores podem se preparar antecipadamente

O primeiro passo para a população é organizar a casa e o entorno antes dos períodos de piora do tempo, fixando objetos que possam ser arremessados pelo vento, verificando telhados, calhas e retirando materiais soltos de lajes e varandas. Uma dica útil é manter uma pequena “mochila de emergência” com documentos, remédios de uso contínuo, lanterna, pilhas e água potável, especialmente para quem vive em áreas sujeitas a alagamentos.​
Também é recomendável combinar pontos de encontro e rotas alternativas com a família, caso seja necessário deixar a casa com rapidez, além de acompanhar alertas por aplicativos oficiais, redes sociais da Defesa Civil e veículos de imprensa locais, que costumam detalhar situação bairro a bairro.​

Perspectivas após a passagem do ciclone

Com o afastamento do ciclone para alto mar depois de quarta-feira, a tendência é de que a chuva diminua e o tempo comece a estabilizar de forma gradual, ainda que a circulação de umidade possa manter certa instabilidade em pontos isolados. Mesmo assim, o solo encharcado aumenta a chance de deslizamentos em encostas nos dias seguintes, o que exige manutenção da vigilância em áreas de morro.​
Autoridades estaduais devem seguir avaliando danos, especialmente em municípios mais vulneráveis, e podem anunciar novas medidas de apoio à reconstrução e à agricultura, a depender do balanço de impactos provocado pelo episódio de chuva intensa e ventos fortes.​

Siga-nos no