Demolição de 32 casas em Florianópolis revela golpe milionário com terrenos

Famílias que compraram terrenos no Ribeirão da Ilha agora são tratadas como vítimas de um esquema de grilagem milionário em Florianópolis.

A prefeitura de Florianópolis, com apoio da Polícia Civil, Polícia Militar e outros órgãos do Estado, demoliu 32 residências irregulares construídas no Ribeirão da Ilha. A ação integra a Operação Solo Legal, criada para combater a expansão de ocupações ilegais na capital catarinense.

Segundo a Polícia Civil, há fortes indícios de grilagem — prática criminosa de apropriação e venda ilegal de terrenos. Muitos compradores teriam desembolsado valores entre R$ 50 mil e R$ 170 mil acreditando que estavam adquirindo propriedades legítimas.

Vítimas de boa-fé

De acordo com a delegada Aline Zandonai, da 2ª Delegacia de Polícia da Capital, as famílias que adquiriram os terrenos são consideradas vítimas do esquema.

“É uma área com matrícula e proprietário já consolidado. Essas pessoas adquiriram de terceiros que não tinham qualquer ligação legal com o terreno. Estamos apurando quem invadiu e revendeu os lotes”, afirmou.

Leia também: Morador encontra corpo boiando em rio de Braço do Norte

Ainda segundo a polícia, existem dois núcleos de vítimas: os proprietários originais das áreas e os compradores de boa-fé que acabaram iludidos.

Mais fiscalizações na região

Além das demolições, já foram realizadas 96 vistorias, 12 imóveis foram embargados e 82 notificações emitidas. A prefeitura reforça que só foram demolidas casas desocupadas, para evitar maiores impactos sociais.

O que é grilagem?

O Ministério do Meio Ambiente, em estudo desenvolvido pelo IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), define a grilagem como a apropriação privada de terras públicas por meio de documentos fraudulentos. A prática é considerada crime e está entre os principais fatores de desmatamento no país.

Em Florianópolis, a suspeita é de que grupos tenham se aproveitado da alta procura por imóveis no Sul da Ilha para aplicar golpes em famílias que buscavam um local para morar.

Siga-nos no