Municípios iniciam planejamento regional para gerenciamento de riscos e resiliência

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Michele Prada -
'Associação tem se preocupado em aperfeiçoar o debate em cada uma das 14 cidades da região'
Informação, prevenção, proteção e gestão de crises. Estas são as etapas do processo de gerenciamento de risco equilibrado apresentado por Paulo Moura, diretor de Inovação e Parcerias Estratégicas da Universidade Costa Azul - UCA e Instituto Mediterrâneo de Risco para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento Sustentável -IMREDD. Este e outros temas afins foram apresentados no 1º Seminário Regional de Resiliência e Gestão de Riscos realizado nesta terça-feira, 10, na Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí - AMMVI, em Blumenau.
Segundo Moura, o gerenciamento de risco deve iniciar pela compreensão dos fenômenos e os riscos que cada município está sujeito e pela informação e capacitação dos cidadãos para lidar com tais acontecimentos. Depois, segue-se para a fase de prevenção, visando reduzir o impacto do perigo na sociedade; seguindo para a proteção das pessoas e propriedades. "Por fim, temos a gestão de crise, momento em que os fenômenos são rastreados e monitorados a fim de tornar mais eficaz a ajuda e organizar um retorno à situação normal o mais rápido possível", explicou Moura.
O diretor comentou ainda sobre as três vertentes da resiliência: proativa, reativa e pós-evento. Para ele, a resiliência deve ser planejada para antecipação de fenômenos, treinamento para prever riscos, adaptação autônoma e resposta organizada quando em situação crítica, inovação e implementação de melhorias quando a crise foi solucionada.
"Falando da questão da resiliência, a gente precisa de uma abordagem sistêmica, ou seja, todos os setores e todos os planos devem trabalhar de forma coordenada. Quando falamos de uma região, é necessário um desenvolvimento igualitário, pois, em um momento de crise, todos perdem e, por isso, devemos trabalhar juntos para tornar o território mais resiliente", orientou.
"Estamos abrindo as portas do Vale Europeu para o mundo e trabalhando para que sejamos referência na questão da resiliência. Já passamos por momentos duros e os desastres naturais pelos quais nossos municípios foram impactados nos impulsionam a buscar inovações e ferramentas que nos tornem pioneiros e guiem nossos esforços para antecipar crises, agir nas vulnerabilidades, atender a população e voltar à normalidade o mais rápido possível", declarou o presidente da AMMVI e prefeito de Blumenau, Mário Hildebrandt.
Conforme o presidente da entidade, a "Associação tem se preocupado em aperfeiçoar o debate em cada uma das 14 cidades da região. Este seminário vai proporcionar discussão, formação e aperfeiçoamento dos servidores públicos que atuam na gestão de riscos e, durante todo o projeto, será construído um plano regional de modernização das equipes locais para oferecer proteção à população", disse.
Participaram do seminário gestores públicos e técnicos municipais que atuam nas áreas de defesa civil, planejamento urbano, meio ambiente, obras, saúde, educação, assistência social, saneamento e tecnologia, lideranças comunitárias e acadêmicas e comunidade em geral. O evento foi uma promoção da AMMVI em parceria com IMREDD, UCA, Universidade Regional de Blumenau - FURB e Prefeitura de Blumenau. Contou ainda com o apoio dos municípios do Médio Vale do Itajaí.
Programação
A programação do 1º Seminário Regional de Resiliência e Gestão de Riscos do Médio Vale do Itajaí contou com palestras sobre o modelo de região metropolitana de Nice (França) e o associativismo municipal na região. Durante um painel para tratar de defesa civil e resiliência, os participantes conheceram as experiências praticadas pelo Centro de Operações do Sistema de Alerta da Bacia do Rio Itajaí - CEOPS, pela Secretaria Municipal de Defesa Civil de Blumenau, pela Secretaria de Estado da Defesa Civil de Santa Catarina e pelo Colegiado de Coordenadores Municipais de Proteção e Defesa Civil da AMMVI.
Oficinas
Durante os dias 10 e 11 de março, gestores públicos participam ainda de oficinas de planejamento para construção de um plano de ação regional para que todos os municípios estejam preparados para antecipar, agir e resistir aos fenômenos e crises que a região pode ser afetada.
O seminário e as oficinas fazem parte de uma parceria entre AMMVI, FURB e as instituições francesas UCA e IMREDD com o objetivo de desenvolver um ecossistema local para gerenciamento de riscos e resiliência.
"Devemos criar ainda uma ferramenta metodológica capaz de detectar, monitorar e gerenciar eventos relacionados a riscos. Queremos tornar nossas cidades cada vez mais seguras e munir os prefeitos e agentes públicos com informações que os auxiliem na tomada de decisão", finalizou o presidente da AMMVI, Mário Hildebrandt.
Resiliência
substantivo feminino
FÍSICA - propriedade que alguns corpos apresentam de retornar à forma original após terem sido submetidos a uma deformação elástica.
FIGURADO (SENTIDO)?FIGURADAMENTE - capacidade de se recobrar facilmente ou se adaptar à má sorte ou às mudanças.
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