LEONIR LUNELLI Secretário Executivo do CDR Supervisor de Políticas e Planejamento Educacional da 14ª ADR - Ibirama

Fazendo uma analogia entre a elite política brasileira e a elite política francesa de 1789, ou a Russa de 1917, diria que se assemelham. Não percebem o vulcão que está sob seus pés. O que ocorreu no Espírito Santo, é um ligeiro alerta que a nossa sociedade corre um risco de ruptura, porque não encontram modelo, não tem heróis, não acreditam em ninguém e vivemos uma crise de identidade em todos os sentidos.

Se não houver um pacto político, que não apenas o federativo, esta vontade de fazer algo novo se transforma em ódio e aí as pessoas não perdem apenas o cargo e sim a cabeça. A sociedade não fica irritada apenas, ela começa a colocar fogo, a promover saques. O que o espírito Santo anunciou é que cabe à política não garantir o paraíso, mas pelo menos evitar o inferno e o inferno é o destino quando eu abandono a sociedade às suas próprias contradições.

Eu diria que, tanto eleitores, quanto filhos e alunos querem limites, atenção e afeto. Que venham esses limites, queremos de alguém que diga com clareza, olho no olho que é possível fazer um país diferente e essa diferença deve começar em cada um de nós, dentro das nossas casas. Acredito profundamente no consenso, porque sou professor há mais de 34 anos, acredito no consenso porque é preciso dizer às pessoas, sobre o valor da vida pública e da vida social, mas não sou tão romântico que não acredito também na coerção.

Por outro lado, é preciso clareza nas leis, punição aos fraudadores e muito consenso. A junção de consenso e coerção, irá produzir uma sociedade estável. Nunca houve no mundo uma sociedade baseada apenas no consenso e nunca houve uma baseada só na coerção. É preciso acreditar que isso pode dar certo, que é melhor viver num mundo tranquilo, calmo e honesto, que nós sejamos tratados como cidadãos para quem o Estado existe, mas que existam leis claras que punam, tanto para o cidadão que erra, quanto para o administrador que desvia.

Coerção e consenso juntos, promovem maravilhas. Não acredito apenas na sala de aula, como também não acredito só na Polícia. Acredito nas duas coisas trabalhando juntas e quando nós conseguimos isso, nós teremos fundado não apenas um novo Pacto Federativo, mas aí sim, tornado viável novamente, a existência da sociedade brasileira.

Um país com mais de 8,5 milhões de quilômetros quadrados e com uma população com mais de 206 milhões de habitantes, não fustigado por nenhuma tragédia natural, um solo arável quase superior a quase todos os países do mundo, com recursos hídricos abundantes, sem uma guerra civil dilaceradora, sem a paixão religiosa que promove no Oriente Médio a destruição da sociedade, um país continental, só não dá certo, porque as pessoas ainda não acreditam que isso é possível.

Como velho professor de Moral e Cívica, resta dizer de novo, eu acredito muito neste País, e mais hoje do que há 30 anos, porque sinto que pela vez primeira na história na nação brasileira, nós temos um milionário branco na cadeia, temos políticos do 1º escalão na cadeia, isto é inédito, mas tem ainda muito a ser feito. É apenas o começo e muita sujeira vai ser tirada debaixo dos tapetes. Ao concluir este artigo, diria que eu moro aqui e não tenho plano "b", eu moro nessa arca e se a arca afundar e me afogo junto. Eu não tenho plano "b", eu não tenho dupla cidadania eu sou brasileiro e me orgulho de ser. Não basta ser forte, ser aguerrido, ser livre. Povo que não tem virtude, acaba por ser escravo.

Se olharmos para a lua, veremos a beleza de Deus. Se olharmos para o Sol, veremos o poder de Deus. Se olharmos no espelho, veremos a melhor criação de Deus. Então, acredite em si mesmo, faça a sua parte e seja feliz.

Eu acredito no Brasil!