Ex-secretário destruiu provas, o que embasou o pedido de prisão preventiva
Borba, em depoimento à CPI dos respiradores na última terça-feira (2)
Com o sigilo levantado pela Justiça de Santa Catarina sobre a investigação que apura a compra dos 200 respiradores da Veigamed a R$ 33 milhões, veio a tona os motivos que levaram a força-tarefa (Tribunal de Contas, Ministério Público, e Polícia Civil) a pedirem a prisão preventiva do ex-chefe da Casa Civil do Estado, Douglas Borba. A equipe já havia falado no sábado (6) sobre a destruição e ocultação de provas.
Segundo a força-tarefa, no primeiro depoimento, Douglas concedeu acesso parcial às conversas de Whatsapp aos investigadores. No primeiro relatório, a força-tarefa já havia identificado que ele apagara uma mensagem para a servidora Márcia Pauli, em que diz que "Leandro vai fazer contato".
Com o aparelho de Douglas em mãos, os investigadores descobriram que toda a conversa entre o ex-secretário e o advogado Leandro Adriano de Barros, de Biguaçu, foram apagadas do aplicativo. O mesmo aconteceu no celular de Leandro. A força-tarefa acredita em uma ação coordenada entre eles.
Apesar da destruição das conversas, os investigadores têm provas da relação entre ambos, que eram colegas de política no município e possuem residência no mesmo condomínio. No computador de Borba na Casa Civil foram encontrados prints de conversas com Leandro via Whatsapp, o que comprovaria que houve conversas, mas não estão mais nos celulares.
Além disso, Douglas informou endereço errado aos investigadores. No primeiro depoimento, afirmou que morava no condomínio em que mora Leandro, mas o imóvel está desocupado. No segundo depoimento, o ex-secretário admitiu a informação falsa.
"No interrogatório dia 9 de maio de 2020, dia em que foi deflagrada a operação O2, logo depois da frustração do cumprimento dos mandados de busca e apreensão residenciais, Douglas Borba foi novamente ouvido pela Força-Tarefa, oportunidade em que, quando questionado sobre o verdadeiro local de residência, indicou uma casa na praia de São Miguel, em Biguaçu e confessou que o primeiro endereço informado por ele era, na verdade, uma casa já desocupada", informa o relatório.
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