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Que o reconhecimento e a esperança sempre Viva!

28 mulheres da comunidade de Apiúna saem toda terça-feira, faça sol ou chuva, para, com braços devotados, para cuidadosamente cultivar o auxílio ao próximo.

Acordar cedo, cuidar dos afazeres domésticos e dos netos, acompanhando toda a tribulação do dia a dia de qualquer família, 28 mulheres da comunidade de Apiúna saem toda terça-feira, faça sol ou chuva, para, com braços devotados, para cuidadosamente cultivar o auxílio ao próximo.

A Associação Clube de Mães sempre Viva, de Apiúna, colabora com a comunidade não só do município de Apiúna, mas também com municípios vizinhos solidificando ao longo de trinta anos, silenciosamente, um caminho de honra, de alegrias, de trabalho e também de dor.

Na terça-feira, 06, estive com as associadas acompanhando o trabalho voluntário. Oito máquinas de costura, compradas com recursos próprios, angariados com o trabalho voluntariado, estão acomodadas em quatro salas, cedidas pela Prefeitura de Apiúna, que possibilitam a organização de uma pequena empresa. O serviço é distribuído conforme a aptidão da voluntária: uma separa tecidos, outra corta, outra costura, uma faz crochê. A maior produção consiste na fabricação de edredons doados para famílias carentes após um breve cadastro, bem como, em colaboração com outras instituições. Algumas peças são vendidas para manter a instituição.

O Clube de Mães sempre Viva faz enxovais de recém nascidos para a associação Roda Materna, composto por dois edredons, dois cueiros, dois travesseiros e cinco conjuntinhos de pagão. Também produzem panos mecânicos para a Prefeitura de Apiúna e se orgulham de terem contribuído com 180 pijamas e 90 babadores para o Asilo Recanto Luiz Bertoli de Rio d’Oeste. Mas, muitos mais são o feitos.

Dentro da generosidade peculiar do clube de mães a Presidente, Alzira Deola, destaca a importância de empresas e pessoas que impulsionaram o grupo durante toda sua existência. Destacou a empresa Bia Têxtil (do Beto Dalri) que sempre foi o maior contribuinte na doação de tecidos e linhas. Destacou a empresa Cativa, que através de Andréa Roedel, podem contribuir para com o Asilo de Rio d’Oeste.

“Muitas outras empresas nos ajudam, mas merece um crédito especial a Dona Carmem Moro.”

Conversando com essas mulheres, vê-se que não há conformismo com o que o mundo se vive hoje, porém, elas simplesmente decidiram realizar e transformar o meio onde vivem. É a madureza do tempo, que talvez se apresente após os 50 ou 60 anos – onde visualizamos o discernimento a serviço da comunidade. Servir ao próximo é manifestação de Deus, doar seu tempo é a mais valorosa caridade e ali temos tudo isso feito com muito amor.

E é através da Igreja, de outras associações e de relatos de pessoas que essas mães vêm a saber das necessidades da comunidade. Muitas vezes, se utilizam de um amor sem igual para se aproximar da família necessitada, estabelecem uma conversa fraterna e sugerem o auxílio, pois toda ajuda dada é permeada de dignidade e nas palavras da dona Vita: do amor de mãe. Tudo é feito com pleno amor maternal.

Não há como não se sentir acolhido e amado com tanta generosidade e amor que sentimos com essas mulheres.

O grupo relatou que estar ali contribui com a comunidade, mas também promove valiosa terapia para elas mesmas, pois estão entre amigas que conversam, que comemoram as conquistas de cada uma e de suas famílias, comemoram os aniversários, e especialmente - no pós pandemia, onde algumas colegas se foram pela Covid-19 - sofrem a dor das perdas, mas que ali tem a oportunidade semanal da troca, de dignificar suas vidas.

“O voluntariado traz uma sensação de vida, por isso o nome do grupo, “sempre Viva”. É preciso sentir-se vivo! Aprendi coma vida! A vida vai ensinando, é vivendo que a gente vai aprendendo”, ressalta a senhora “Vita”, quando perguntada sobre o nome do grupo e de como aprendeu a servir ao próximo.

Renunciar um pouco de si para colaborar com o mundo em que vivemos reforça nossas capacidades e nos abastece com a esperança de que no mundo campeia a solidariedade como instrumento de progresso da humanidade.

Ali, por mais de trinta anos mulheres incansáveis ficaram quase imperceptíveis trabalhando pelo bem do próximo sem qualquer destaque, pois na humildade admirável comum a todas, no conjunto de valores morais e zelo com a comunidade, elas acreditam que estão ali fazendo um pouco e recebendo muito, no sentimento real de que dentro da gratidão elas desfrutam muito mais benefícios.

Certamente, há ali uma verdadeira comunhão de amor, esperança e vida.

Tereza, Lídia, Salvelina, Vita, Almerinda, Alzira Deola, Jaci, Antônia, Isaura, Auxilia, Luíza, Luzia, Carme, Maria Til, Maria Andrade, Odete, Dolores, Zenir, Alzira Matias, Norma Coelho, Marineusa, Hilda Marcelino, Hilda Pinto, Íris, Adelaide, Sueli, Dalci, Mariota, que a trajetória de vocês seja exemplo que nãos e passe despercebido. Vocês são luzes que clareiam a escuridão das dificuldades. Que o reconhecimento e a esperança sempre Viva!

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