Ascurra é contemplada com 12 casas pelo programa Casa Catarina
Entrevistas com os prefeitos Marcelo e Arão Josino

“O meu ideal político é a democracia, para que todo o homem seja respeitado como indivíduo e nenhum venerado.” Albert Einstein
Na tentativa de esclarecer temas que provocam curiosidade e polêmica na opinião pública, trago esta semana uma conversa direta com o prefeito de Apiúna, Marcelo Doutel da Silva. Ele me falou sobre sua viagem recente à Alemanha, realizada como presidente da Associação dos Municípios do Vale Europeu, e também sobre o projeto de implantação de uma escola cívico-militar no município — ideia que já começou a mobilizar discussões na cidade.
A ALEMANHA COMO INSPIRAÇÃO
Durante a missão internacional, Marcelo se disse impressionado com o grau de disciplina, civismo e pontualidade observados nas instituições alemãs, especialmente nas escolas. “Lá, quando toca o hino, ninguém mexe no celular. Todos em silêncio, em respeito, desde as crianças até os adultos. Isso emociona”, relatou. Marcelo destaca que essa cultura de respeito à ordem, ao coletivo e ao ambiente educacional se traduz em resultados concretos: “os professores conseguem lecionar em paz, e os alunos, absorver melhor o conhecimento”.
A viagem teve como objetivo estreitar laços entre cidades do Vale Europeu e municípios alemães. Apiúna se apresentou como candidata a uma dessas “cidades-irmãs”, com a expectativa de fomentar parcerias em áreas como educação, turismo, saúde e desenvolvimento urbano. Uma delegação alemã já confirmou visita à Apiúna entre outubro e novembro deste ano, para avaliar o potencial de cooperação.
Marcelo conta que o prefeito de a cidade/distrito alemã Waghäusel, com tamanho populacional semelhante a Apiúna — mas com um Produto Interno Bruto muito superior — demonstrou interesse específico por Apiúna, inclusive com possibilidade de colaboração técnica em temas como defesa civil e planejamento urbano.
ESCOLA CÍVICO-MILITAR
Outro ponto alto da entrevista foi a defesa da criação de uma escola “cívico-militar” em Apiúna, proposta que tem gerado reações diversas na comunidade. O prefeito vê o modelo como uma oportunidade de reforçar valores como disciplina, respeito e patriotismo no ambiente escolar, sem interferir no conteúdo pedagógico. “A parte pedagógica continua sendo da escola. O militar entra para auxiliar na disciplina, no ambiente, no comportamento. Isso ajuda os professores a trabalhar melhor”, afirma.
Marcelo aponta como exemplo positivo o município de Brusque, que já implantou quatro escolas nesse modelo e agora está abrindo a quinta. Segundo ele, os relatos vindos dos pais de alunos são animadores, com destaque para a melhora no comportamento e no rendimento escolar. “Nosso maior patrimônio são as crianças. Elas precisam de cuidado, de estrutura e de um ambiente onde possam crescer com valores.”
O prefeito insiste que a decisão será democrática: “Vou ouvir os pais, os professores e a comunidade. Já fizemos uma enquete e mais de 90% dos pais foram favoráveis. Agora, vamos consultar por escrito nas escolas”. Ele também antecipa que, se aprovado, haverá mudanças estruturais: uniforme, regramento e a presença de um militar da reserva (policial, bombeiro ou militar das Forças Armadas) dentro da escola.
SEGUNDO MANDATO E AUTOCRÍTICA
No trecho final da entrevista, Marcelo aborda os desafios de seu segundo mandato. Reconhece que há uma percepção comum de que o segundo mandato tende a ser menos produtivo que o primeiro, mas rebate: “Acredito que o segundo tem que ser melhor, porque agora temos experiência. E onde for preciso trocar secretário, diretor, estrutura, eu vou trocar.”
Como prova de que pretende manter o governo em movimento, ele destaca a renovação parcial da equipe administrativa e a continuidade de sua rotina intensa na prefeitura. “Não estou mais em campanha, mas sigo comprometido como no primeiro dia.”
Por fim, deixou uma mensagem clara de princípios: “O dinheiro público é sagrado. Hoje é uma caneta, amanhã é uma bola. Se começar a levar o que é do povo, não tem volta. Aqui, não mexo e não deixo mexer.”
EDUCAÇÃO COMO RAIZ DE TUDO
Marcelo Doutel encerrou com uma analogia: “A escola é a raiz da árvore. Se a raiz for forte, a árvore cresce e dá bons frutos. A educação não tem preço — mas a falta dela tem um custo muito alto”. E reforça: é por meio dela que se diminuem filas na saúde, se amplia o acesso a empregos e se constrói uma sociedade mais justa.
A coluna segue acompanhando o desdobramento da visita da delegação alemã, o avanço do projeto da escola cívico-militar e o desempenho da nova gestão. Afinal, o compromisso aqui é passar tudo a limpo.
PALAVRA DO PREFEITO ARÃO JOSINO
Ouvimos, brevemente o Prefeito de Ascurra estar em férias sobre a missão técnica ao distrito de Karlsruhe na Alemanhã.
Para Arão Josino, um divisor de águas para os municípios do Vale Europeu. Com a assinatura dos protocolos de cooperação, agora foi dado o primeiro passo concreto para acessar programas da instituição Engagement Global, que garante investimentos da Alemanha em projetos desenvolvidos por municípios do Sul Global. “Essa parceria nos conecta a uma rede internacional de inovação, responsabilidade ambiental e desenvolvimento sustentável, permitindo que cidades como Ascurra avancem com mais velocidade e eficiência na busca por soluções reais para os desafios do presente e do futuro.”
Durante a missão, os prefeitos conheceram iniciativas inspiradoras nas áreas de sustentabilidade, planejamento urbano, mobilidade e gestão educacional. “A Alemanha, mesmo sendo uma potência industrial, está na vanguarda da preservação ambiental — e ver como eles integram desenvolvimento com proteção ao meio ambiente foi uma lição valiosa. Voltamos com as portas abertas para intercâmbios educacionais e técnicos, e com a certeza de que esse é o caminho: aprender com os melhores, adaptar à nossa realidade e transformar nossas cidades em lugares cada vez melhores para viver.”
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