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HOTEL E RESTAURANTE CENTRAL - A SUA HISTÓRIA

UM EMPREENDIMENTO FLORESCENDO A CADA GERAÇÃO

MARCELO BÉRTOLI

Qual seria o verdadeiro papel da história, se não o de sobreviver ao tempo. Tempo este que voa tão rapidamente, que na maioria das vezes não o percebemos passar. Só nos damos conta da sua passagem, quando nos deparamos com as mudanças sociais que nos cerceiam. Sejam elas desenvolvidas no espaço físico, ou afloradas na rotina do nosso cotidiano.

A vida é uma transformação constante, e para vivê-la, são necessários persistência e atrevimento, fazendo com que assim, o atravessar do tempo não seja por demais acomodados. É essencial seguir em frente, aprimorar, aperfeiçoar, evoluir; e toda evolução necessita de uma revolução.  Ultrapassar o tempo na sua medida, sem desrespeitá-lo ou desmerecê-lo; procurando a todo o momento enaltecer a história.

Vamos aproveitar este texto e embarcarmos nela, na história, e contarmos um pouco sobre como o Restaurante e Lanchonete Central, situado na Avenida Quintino Bocaiúva, número 112, já resisti por sete décadas evoluindo na passagem do seu tempo.  

O ano era 1953, quando o prédio fora construído, o intuito daquela construção era apenas para acompanhar o pequeno fluxo do desenvolvimento da cidade de Apiúna/SC, que naquela época era apenas um distrito pertencente a cidade de Indaial.  O proprietário, senhor Willy Schulz achou que seria bom ter um comércio, já que estrada principal passava em frente da sua casa. O seu primeiro pensamento foi construir um prédio que serviria como uma distribuidora de pneus, mas ao invés disso, depois que o prédio estava pronto, apareceram inúmeras pessoas interessadas em alugar o imóvel. O prédio começou a funcionar como Restaurante, Lanchonete e Hotel em 20 de setembro daquele ano.

O espaço físico continuou a pertencer ao Senhor Willy Schulz, como relata o seu filho Roberto Schulz, mas quem iniciou os trabalhos no ramo de alimentação e hotelaria foi o senhor Ricieri Bernardi e sua esposa Tereza Bussi Bernardi. Depois de um tempo, o senhor Ernesto Knoch e seus familiares  também alugaram o prédio. Ainda mais tarde o senhor Gaudêncio José Freiberguer também deixou seu nome no estabelecimento, e, por fim, foi a vez do senhor Dilmar José Zambonetti, que ficou administrando o negócio com sua família, até o final da década de 80.

Em 1990 o senhor Roberto Schulz, com a colaboração e dedicação de sua esposa, Dolores Raquel Zonta Schulz, assumiram a administração do Hotel e Restaurante Central. O ponto já estava solidificado. Um ambiente conhecido por muitas pessoas, e também frequentado principalmente por viajantes e caminhoneiros que trafegavam e faziam as suas paradas para almoçar, lanchar e descansar. Para o casal Schulz, o ramo era uma novidade, até porque a senhora Raquel era das prendas do lar, e o senhor Roberto era um dos diretores da Antiga Fecularia Subida, empresa que pertenceu ao seu pai, Willy.

O trabalho com o comércio seria uma nova experiência. O casal já estava junto desde 1981 e tinha os seus três filhos: Roberto Schulz Filho, com 7 anos, Renê Ângelo Schulz com 3 anos e Rafaela Schulz, com apenas 1 ano e meio.

As crianças foram criadas praticamente dentro do estabelecimento. Circulavam entre o restaurante, a casa da Vó Gertrudes e a própria casa, onde eram cuidados pela babá Marizete Demarchi (Mari), que desde o período de colo da filha Rafaela já estava na casa, cuidando das crianças e permaneceu trabalhando com a família até depois do casamento dos três filhos do casal Schulz. Entre os funcionários mais antigos, Senhor Roberto destaca o carinho e respeito por aqueles que lhe acompanharam por mais de três décadas: Gilmar Fóss, Maria de Lurdes Zeferino e Maria Laides Policarpo. “Tenho gratidão por todos os funcionários que passaram pelo nosso estabelecimento, mas agradeço por estes terem permanecido comigo por tanto anos”. Ressaltou senhor Roberto. 

Os negócios foram se desenvolvendo. Até aquele momento, o Hotel e Restaurante Central ainda não possuía grandes acomodações para os clientes. Durante três anos trabalharam com um depósito, duas pequenas cozinhas que auxiliavam o hotel e a lanchonete, dois banheiros, um pequeno depósito de bebida e alimentos, um pequeno escritório que ficava nos fundos do depósito, e a parte principal da lanchonete que funcionava em “L”.

Em 1993 o senhor Roberto decidiu ampliar a construção do salão do restaurante. A antiga construção não acompanhava mais a demanda que o espaço recebia. Fizeram então, uma grande área para atender o restaurante, também construíram duas novas cozinhas, um novo depósito de bebidas e uma churrasqueira que atendia diretamente os clientes do almoço e jantar.

Era preciso melhorias e ambientes mais arejados e mais bem estruturados. E com todas as modificações, foi evidente que o aumento do espaço físico geraria mais contratações; e assim aconteceu. Dali em diante, os negócios cresceram, prosperam e significativamente foi dado inicio a uma nova era empresarial; claro, sempre mantendo a tradição do comércio. Embora todo novo empreendimento requeira um tempo de espera para que haja prosperidade. Naquele momento não foi diferente... Houve o plantio, e mesmo havendo muitas preocupações financeiras, era sabido que a colheita seria certa!  Embora não se pudesse dizer que os negócios sempre prosperaram. Houve muitos altos e baixos, nas décadas que eles estavam a frente dos negócios. A situação econômica do país afeta todo e qualquer comércio e não fora diferente para eles.  

“Houve um momento em que eu pensei em encerrar as atividades do nosso estabelecimento, porque desde muito jovem, eu sempre gostei da Política, e foi com o meu pai que despertei ainda mais essa vontade. Em 1996 tive a oportunidade de concorrer à eleição, sendo candidato a Prefeito pelo minha cidade, Apiúna. Minha campanha iniciou em 1995, e eu fui obrigado a me afastar dos negócios, dedicando os meus dias para as visitas familiares, reuniões de partido e firmando realmente meu compromisso com o povo. Tive e tenho uma grande parceira na vida, que é minha esposa Raquel. Ela sempre me apoiou. Então me disse: Se o seu sonho é ser Prefeito, lute para isso que eu assumirei as responsabilidades do nosso negócio. E assim aconteceu. Foi por conta do apoio da minha mulher, da minha família, dos meus amigos, que mantemos este empreendimento há mais de três décadas”. Ressaltou o empresário Roberto Schulz.

Em outubro de 1996, o Senhor Roberto foi eleito Prefeito de sua cidade, e sua esposa continuou suas atividades no Restaurante. Aos finais de semana Ele lhe ajudava com a parte administrativa.

Quatro anos se passaram e em 2000, o Senhor Roberto foi reeleito Prefeito de Apiúna, o que fez com que ele e sua esposa reestruturassem a grade de funcionários para que os negócios continuassem sem grandes dificuldades. 

Em 2005, depois de cumprir seus mandatos frente a administração municipal, voltou a cuidar dos negócios, permanecendo até 2007, quando novamente deixou o seu nome a disposição do partido para mais uma vez concorrer ao cargo de Prefeito. Já neste período, seu filho Renê Ângelo Schulz começava a acompanhar as atividades principais dos negócios.

Infelizmente o senhor Roberto não teve êxito na sua terceira campanha política, o que de início o deixou imensamente frustrado.

“Eu sempre procurei fazer o melhor pela minha cidade. Minha família nasceu e cresceram aqui, meus filhos nasceram e cresceram aqui, e eu, sempre tive orgulho deste lugar e principalmente das vezes que eu pude representar cada cidadão enquanto Prefeito. Sei que em nenhuma das vezes isso foi uma tarefa fácil, até porque para se governar uma cidade, independente do tamanho dela, precisa ter pulso firme, e eu consegui fazer isso por oito anos, onde dos quais no segundo mandato não tive concorrência alguma na disputa para reeleição, o que me faz pensar que realmente eu fui um bom administrador”.

Os anos passaram, mas não apagaram a chama política do senhor Roberto, ele sempre manteve acesa a fagulha paralela da sua vida enquanto empresário e político. Deu um tempo para a política e para si, precisava, pois seus filhos cresciam e também estudavam, estavam morando fora e precisavam do auxilio dos pais.

“Assim que eu deixei a política, eu passei a me dedicar mais aos negócios. Eu precisava colocar as finanças no lugar e ao mesmo tempo ajudar os meus filhos que estavam na faculdade. Antes do escritório funcionar no espaço físico atual, eu tinha um quartinho no fundo do depósito que eu fazia de escritório. Tinha dias eu que eu me sentava naquele cubiculozinho e algumas vezes os funcionários me pegaram chorando por conta dos problemas que a empresa possuía. Foi difícil eu ter que cuidar dos negócios, e manter meus filhos na faculdade, pagar aluguel, estudo, alimentação e ser provedor da minha casa e do meu negócio. Foram tempos bem difíceis. Eu olho pra trás e vejo a minha família formada, meus filhos casados, meus netos crescendo, e isso significa pra mim que as coisas deram certo. Orgulho-me daquilo que eu fiz.  Eu sempre fui uma pessoa de temperamento forte, estourada, embora me considere humilde. Eu dava as minhas porradas na mesa, mas era o meu jeito de ser. Eu não ficava marcando as pessoas, brigava; mas cinco minutos depois passava, e eu tocava em frente, sem mágoas. Hoje eu aprendi a contar até dez, a política, os negócios e a vida me ensinaram a ter mais cautela com as pessoas. A vida é uma faculdade enorme e todos os dias nos prepara para novos acontecimentos. As vezes são bons, outras vezes ruins, precisamos saber contornar, sem perder a fé”.

Em 2011 o casal decidiu fechar a parte do estabelecimento onde funcionava o Hotel e permanecer somente com a Lanchonete e o Restaurante que eram os carros chefes do estabelecimento.

Alguns anos se passaram e em 2015, seu filho Renê Ângelo Schulz despertou a vontade de administrar os negócios da família, ele já acompanhava todo o funcionamento, então foi fácil dar continuidade aos trabalhos do seu pai. Renê acabava de ser eleito Vereador em sua Cidade, Apiúna no ano de 2013, seguindo os passos do pai e do avô na política, o que fez com que seu pai, Roberto, sentisse muito orgulho dele.

 No seu primeiro ano de gestão, dividindo o tempo entre a política e os negócios, Renê iniciou algumas mudanças na casa, depois de uma conversa entre ele e seus pais, resolveu ampliar acomodações que serviriam de apoio aos negócios, já que o espaço físico do empreendimento comportava tais investimentos.

Tratou de construir refeitório com banheiro para os funcionários, fez também uma padaria própria, câmara de resfriamento e câmara fria, oficina e espaço para manuseio de tempero de carnes. Reformou toda a parte do bufê,  churrasqueira, lanchonete e cozinhas, bem como a estruturação na melhoria das cozinhas com novos equipamentos eletrônicos mais modernos. Fez também uma nova reforma e ampliação dos banheiros, já com as adaptações necessárias. Na verdade essa passagem de geração para geração dos negócios somente firmou todo o investimento do senhor Roberto com olhar visionário do seu filho Renê.

Atualmente, o Restaurante e Lanchonete Central, conta com o apoio de 50 funcionários.  Um estabelecimento que acolhe famílias mantendo a sua tradição por sete décadas das quais mais de três sobre o administração da família Schulz.

Para o Empresário Renê Ângelo Schulz, foi mais do que um presente poder administrar um prédio que foi construído pelo seu Avô e administrado pelo seu Pai por tantos anos.

Meu avô construiu um empreendimento fantástico. Acredito que no fundo Ele não imaginaria que cresceríamos tanto. Ele nunca chegou a fazer parte da história do Hotel Central, mas com certeza foi por conta de sua visão empreendedora que chegamos até aqui. Graças a Ele e aos meus Pais que permaneceram por 25 anos a frente dos negócios, que eu também pude chegar aonde cheguei. Nestes últimos anos decidi tirar as maiores responsabilidades sobre as costas do meu Pai. Agradeço demais os meus pais por esta oportunidade, assim como eles trabalharam tanto para que meus irmãos e eu pudéssemos estudar e nos formar, eu também estou batalhando para que meu filho Benício, tenha um bom futuro e possa me substituir um dia. Considero-me um jovem audacioso e empreendedor. Não consigo parar, quero a todo instante realizar melhorias e mudanças. Às vezes dou um passo maior do que deveria, mas lá na frente eu sinto orgulho e ter arriscado”.

“Eu acredito que através das mudanças conseguimos alavancar melhor os nossos objetivos, e ao mesmo tempo ajudar as pessoas. Quando eu me desafiei ampliando nossa estrutura empresarial, não foi para mostrar a imponência do estabelecimento, foi para através do seu crescimento poder gerar mais empregos e melhores condições para os funcionários. Todos os dias eu acordo, vejo o meu filho ir para a escola e penso que cada criança, cada pessoa merece um futuro melhor. Eu quero fazer a minha parte colaborando para isso. Eu não abandonei a minha carreira política, apenas estou construindo um futuro e através dele me projetando para novas experiências políticas. A política também faz parte do meu dia a dia e jamais deixarei de estar presente ativamente como cidadão ajudando e fazendo minha cidade crescer. É preciso arriscar, mudar, melhorar, é preciso investir, e é dessa maneira que reescrevemos a história”.  Ressaltou o empresário Renê.

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